Alerta Vermelho: Uma delícia ver Gal Gadot se divertindo enquanto enche marmanjo parrudo de sopapo

 




Direção: Rawson Marshall Thurber
Roteiro: Rawson Marshall Thurber
Elenco: Dwayne Johnson, Ryan Reynolds, Gal Gadot, Ritu Arya
Produção: Dany Garcia, Hiram Garcia, Dwayne Johnson
Diretor de fotografia: Markus Förderer
Diretor de Arte: Rory Bruen


Sem esperar nada além de uma diversão fácil, previsível e recheada de clichês, me sentei para relaxar e assistir Alerta Vermelho. 
Não me decepcionei nem por um segundo. Os clichês estavam lá, a previsibilidade se fez presente dos créditos iniciais aos finais, e eu teria do que reclamar se a diversão que eu tanto almejava não estivesse tão impregnada quanto os problemas, se é que são mesmo problemas, o que citei acima. 

Afinal, quando clichês e previsibilidade são defeitos reais? Somente estarem ali já podem ser considerados deméritos ao filme, ou somente quando passam a incomodar o espectador é que são, de fato, ruins?

Estou me fazendo essas perguntas, pois, satisfeita que estava, em algumas cenas, twittei sobre o filme e qual não foi a minha surpresa ao ver que muita gente não gostou do longa-metragem. E mais espantada ainda fiquei ao ver que a crítica também choveu opiniões desfavoráveis à obra. 


Mas afinal, porque tamanha diferença nas experiências com o mesmo filme?

O tom em comum que percebi em quase toda crítica negativa que li ou vi foi Mas esse orçamento, esse elenco, e é uma estória de ladrões de arte...pra ser tão rasa e previsível? Ou seja, todos se sentem como se tivessem sido enganados pelo enredo que foi dito que seria e do que acabou se concretizando. 
Os nomes envolvidos também geraram uma certa expectativa, que, para essas pessoas, não foi atendida. Porém, eu, por mais que compreenda tais expectativas (até certo ponto, pelo menos), não posso ver esses motivos como realmente justos. 
Ora, nem o trailer vi (só aquela cena da Gal descendo a porrada nos dois bombados), mas ao ler a seguinte frase: "Dwayne Johnson interpreta um agente do FBI que se une ao ladrão de antiguidades Ryan Reynolds, pra prender a também ladra Gal Gadot", já não me permiti esperar nada além de risadas e momentos divertidos. Por mais que eu ame o trio envolvido (principalmente Gadot e Johnson), não esperava uma estória com espaço para atuações memoráveis e um roteiro surpreendente, porque nenhum dos três até hoje venceu suas limitações (nem tiveram razões para isso). Isso estava óbvio. Se alguém se sentiu enganado, se enganou sozinho. Quanto ao orçamento, não sei se é, ou deveria ser indicativo automático de qualidade no sentido que os decepcionados desejavam. O enredo tem no cerne um mundo de luxo, antiguidades, arte e jóias, claro que sairia caro, tendo profundidade ou não. Fora, lógico, os salários dos atores. De novo, se iludiram por vontade própria.

Vi alguns críticos falando que existe um esforço de focar o protagonismo somente em Dwayne Johnson, fazendo com que os outros dois atores, principalmente Ryan Reynolds se tornassem quase, se não totalmente irrelevantes. Sinceramente, não percebi nada disso. Na minha percepção, todos tem destaque, e a que mais se sobressai é Gadot. No meu entendimento, o filme é dela. E não por conveniência de roteiro ou direção. Eu só vi Gal na tela e, quanto mais via, mais queria ver. Johnson e Reynolds tem sim um grande papel cada um, mas a interpretação que mais me cativou foi a de Gal. Sua personagem tem uma energia caótica, gostosa, uma delícia de acompanhar o quanto ela está se divertindo com o papel. A impressão que passa é que menina Gal está num parque de diversões, brincando de espancar marmanjo. E isso é ótimo! Se alguém que ler essa crítica quiser fazer um compilado com as cenas dela e postar no twitter, pode me marcar (@CarolNerdChyc). 





Atuações de canastronas a preguiçosas

Sim, as atuações me agradaram, mas não é porque me agradaram que eu não saiba que não estão lá grande coisa. 

Nenhum dos três protagonistas tem um histórico de grandes interpretações. Ryan Reynolds quando muito, é simpático e carismático, mas até hoje não saiu disso. Pra mim, está ótimo. Sou fã do Deadpool dos quadrinhos e amei como Ryan soube se transformar no mercenário tagarela com perfeição, mas parece que, além de ter se acostumado a só fazer isso, não sabe mais como sair do personagem. Por enquanto isso não me causa nenhuma má impressão, porém pelo bem da carreira dele, talvez fosse melhor ir trabalhando essa acomodação.

Dwayne é quase uma entidade. Se você puxar pela memória, a persona The Rock e o ator Dwayne Johnson não tem quase nenhuma diferença entre si. Assim como Ryan, Johnson foi talhado para ser um personagem, Adão Negro. Mas ao passo que Reynolds só se tornou o personagem após o interpretar (embora sempre estivesse ali em sua essência), o ex-lutador já quase que nasceu sob a energia do anti-herói (ou vilão, depende do ponto de vista), e todo o seu trabalho até hoje foi para mostrar ser mais que o brucutu carrancudo que o papel de Adam pede. 
Pelo que percebi do ator até esse presente momento, é que, potencial para ser um ator melhor, ele possui. Somente não sentiu maior necessidade de aprofundar seus talentos na atuação.

Já com Gal... Ah, Gal. Eu te amo, muito, muito mesmo. Não consigo pensar em Mulher Maravilha que seja a personificação da Maravilha de Mulher sem pensar na sua pessoa. Porém, embora aqui nesta obra, a sua faceirice esteja uma delícia mesmo, e isso é apenas um fato (certamente vou assistir ao filme novamente só para ver suas molecagens e loucurinhas de pessoa visivelmente desequilibrada que a qualquer momento é capaz de matar alguém porque, sei lá, não gostou da roupa do coitado — não, isso não acontece no filme, não tem mortes — Agora pensando um pouco aqui… A personagem dela tem uma certa vibe Harley Quinn!), quando se pede um pouco mais de emoção, sobretudo em cenas dramáticas, aí, já não acontece a mesma mágica que em outras sequências, como as de ação. Contudo, na parte de Mulher Maravilha 1984, onde ocorre uma ruptura que a personagem simplesmente não poderia aguentar naquele momento, a destruição emocional causada pelo adeus foi tão intensa no olhar de Gadot, que me comoveu sobremaneira, portanto, acredito que, como no caso de Johnson, espaço para aprimoramento, existe, só não foi preciso buscá-lo até agora. 

O roteiro é certamente batido, nada que já não tenha sido feito várias vezes antes. E nem a forma de executá-lo é grande coisa. No entanto, eu, particularmente, não me desapontei, por não ter esperado nada além de Gal, linda, e bem vestida (quem pensou nos figurinos para a atriz, está de parabéns) pisando em homens fortões e isso eu ganhei (com o bônus de Mulher Maravilha pancada à lá Harley Quinn).

O sorriso e a serenidade no olhar de quem sabe que não precisa ser um poço de sanidade sendo linda assim
(sendo rycah e lutando perfeitamente também, ajuda) 

                                                                                            Nota: 7.0 
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Comentários

  1. Acho ate imbecil quem tem a premissa de ver o filme e não esperar as gracinhas do Ryan Reynolds que já pertenciam a ele antes de Deadpool (basta assistir Blade Trinity) ou um personagem bronco como Dwayne sempre apresenta em seus filmes,ou até a atuação da Gal Gadot sendo a carinha bonita da trama. Acho que a única crítica sobre o filme não seria uma crítica mas um elogio a Hora do Hush que já javia trabalhado esse tipo de trama com o mesmo nível de ação a mais de 20 anos,que foi o tempo que levaram pra adaptar um ator ocidental ao ponto de ser convincente cono Jackie Chan nesse estilo de cenas de ação. O filme é bem divertido,um pouco canastrão mas acredito que proposital assim como as referências feitas no mesmo. Ultimamente acho raro achar um filme que vale a pena ser visto novamente e acho que esse vale.

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  2. Respostas
    1. Thank you for the comment, but I did not understand what you mean
      And there is the english version of this review, you could have had read it?!

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