Maligno: James Wan mantém o terror atualizado e renovado.

 


Diretor: James Wan

Roteiro: Akela Cooper (conhecida pelo roteiro de Luke Cage)

História: James Wan, Ingrid Bisu, Akela Cooper

Elenco: Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Jacqueline McKenzie, Michole Briana White

Começa muito bem de uma forma que capta a atenção do espectador com uma trilha sonora tensa mas melódica nos créditos de abertura que instiga nossa curiosidade.

Annabelle Wallis dá vida à protagonista Madison, que vive uma gravidez problemática e tem um histórico de abortos espontâneos. Ela sonha com assassinatos e quando acorda, ela percebe que eles realmente aconteceram. Com aquela aura de medo plausível e realista e eventos sobrenaturais leves acontecendo, (ousaria dizer que é uma "marca Wan") nos primeiros dez, treze minutos eu já estava fisgada. O cenário do filme ajuda muito a entrar na atmosfera de terror. Parece um clichê "a casa grande e assustadora com pouca iluminação" e tudo isso, mas aqui funciona porque, como de costume, a direção de James Wan a torna verossímil.


Depois de um tempo, (cerca de quarenta minutos) e algumas cenas perturbadoras mas muito boas, com um desenvolvimento espetacular, era possível descobrir pelo menos parte do desfecho do mistério e talvez o final, mas apenas porque eu tinha visto vários materiais de horror, fantasia e ficção científica na minha vida, embora mesmo que você seja um especialista nesses gêneros (o que não é o meu caso) a diversão é completa. Confie em mim.

O ritmo é uma das grandes causas do sucesso do filme junto com as atuações quase perfeitas e o roteiro. Oh, claro, a direção precisa e extremamente competente de James Wan faz toda a diferença neste dramático filme de terror. Mas por que e como essas coisas se juntaram para nos dar isso que alguns já estão chamando de um novo clássico?


O roteiro é inteligente e não é condescendente com o público nem tenta fazer o suspense durar mais do que o necessário. Faz prender a respiração mas justamente para dar um desdobramento relevante que faça sentido com as cenas sangrentas. Nada aqui é gratuito. Tem muito horror gráfico, sim, mas também tem uma história agonizante de angústia paralisante. Um drama pessoal.


As voltas e reviravoltas não são infantis ou superficiais, e a ação não para. Mesmo nas partes contemplativas (se assim podemos chamar) há algo acontecendo que contribui para montar o quebra-cabeça.

Depois de montar esse quebra-cabeça bizarro, prepare-se para muitas lutas, mortes e movimentos de câmera que farão você se sentir como se estivesse assistindo a um jogo muito violento e sanguinário (que poderia ser chamado de John Wick encontra o Diabo). É emocionante de uma maneira que eu não sentia em um filme há muito tempo. É horrível, mas também incrível.



Annabelle Wallis não é a atriz mais consistente do mundo, mas neste filme ela faz uma atuação que se fosse um drama, como aqueles que a Academia adora premiar, certamente seria indicada. Somos levados aos sentimentos e tristezas da Madison desde os primeiros momentos. É quase impossível não se preocupar com ela e ficar arrasado ao ver como sua vida sempre foi trágica.



O detetive Kokoa Shaw, bem feito por George Young, é uma renovação refrescante do mesmo velho tipo de policial que não dá crédito ao personagem principal até que veja o sobrenatural acontecer à sua frente. Ele é compreensivo e às vezes protetor com Madison, mas não se encaixa em outra velha história, aquela em que o agente da lei acaba formando um casal romântico com a protagonista.


Todo o elenco está repleto de carisma e talento, mas sem a mão sábia de James Wan, talvez eles não tivessem tanto sucesso, especialmente nas partes em que é necessário terror e drama combinados.

Algumas perguntas ainda ficavam pairando na minha cabeça depois do filme, mas talvez fosse intencional, visando uma sequência. E não sei como me sentir sobre isso. Claro que adorei esse filme mas será mesmo um caso para outra franquia ?!

É quase impossível não lembrar de Alma Perdida (2009) com Gary Oldman, e algumas coisas de super-heróis, como Jean Grey. Se era para ser assim, me é desconhecido. E não faz nenhuma diferença, no final das contas. Além de todas as inspirações possíveis, o filme tem uma personalidade enorme e profunda.

É divertido, grotesco, comovente e assustador ao mesmo tempo. Eu recomendo com entusiasmo, de fato.

                                                                                              Nota: 9.0

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