Invocação do Mal 3: É tão ruim assim?

                                                      


Pra começar já adianto que: Não, não é o pior filme de terror da história nem da franquia. A coisa toda é que esse filme é desenvolvido de uma maneira diferente e o próprio enredo é um pouco estranho comparado aos dois anteriores. 

Se, nos antecessores havia uma apresentação da família envolvida, e a ameaça sobrenatural viesse tirar a paz aos poucos, aqui já se começa com um exorcismo. Ou seja, a criatura nefasta já está instalada. O que se desenrola é como o exorcismo não deu certo. E, depois, por quê não deu certo. E, por fim, as consequências disso.

Na verdade, esse longa me causou mais medo e espanto em alguns pontos, do que os feitos anteriormente. Pra quem tem certa familiaridade com os assuntos abordados vai notar que até onde é possível para um filme de Hollywood, o roteiro é bem realista e muita coisa fica não só plausível, como correta.  

Acredito que, o que o tornou incômodo para algumas pessoas é que, na verdade, são duas histórias diferentes: a de Arne, possuído durante o exorcismo falho e, agora precisa provar que não é o real responsável pela morte da qual é acusado, e a  história que desencadeou tudo isso. Talvez tenha ficado muito desigual a forma como as duas tramas se cruzam, dando um desconforto. Mas com exceção disso, nada me causou problemas a ponto de pensar que o filme fosse ruim ou que estivesse perdendo meu tempo o assistindo.

Se o longa conta a história tim tim por tim tim, provavelmente não. Caso assim fosse, não teria vingado nem o primeiro filme da franquia, já que, na verdade, o casal Warren mais atrapalhou que ajudou a família em questão, que acabou por resolver tudo sozinha. 

Em relação à parte técnica, está tudo nos conformes. Embora a trilha sonora pudesse ser mais discreta em alguns momentos. No mais, nada excepcional, mas também nada realmente ruim.

A direção não é nada memorável. Michael Chaves (A maldição da Chorona), faz o combinado: o básico do trabalho, mais uma cena que faz referência ao O Exorcista - e talvez por isso também a decepção generalizada, com um começo tão turbulento e promissor, o rumo investigativo que segue depois pode ter causado uma queda de ânimo na audiência - e adiciona um certo tributo a tudo que James Wann fez por aqui. Age realmente como um subordinado que só seguiu as ordens passadas, e, se foi assim, fez bem, até.

No quesito atuação, Vera Farmiga nunca chega a ser um desapontamento, mas pode ser que ela esteja se cansando de interpretar Lorraine. Patrick Wilson, que faz Ed, marido de Lorraine, está um pouco melhor, mas não tanto. Os demais estão corretos, nada além. Com exceção dos dois meninos que são atormentados pela possessão, nenhuma performance me encheu os olhos. 

Sobre os famigerados jumpscares, eu acho que, se bem utilizados, podem adicionar algo aos filmes. Mas aqui, realmente, fora uma cena ou outra, fica a sensação que o diretor pensou: "Ah é, preciso pôr uns jumpscares" e simplesmente os entremeou aqui, ali e acolá. 

Não há muito mais o que dizer sem dar spoilers. 

Me arrisco a dizer que o filme foi mau compreendido e interpretado pelo público e crítica. Que, caso prestasse atenção, veria que o real foco do enredo é psicológico. E, tal confusão de entendimento não é (necessariamente) culpa de quem assiste. Ele foi promovido por muito tempo como o mais assustador da franquia, gerando uma expectativa altíssima, e, portanto, uma responsabilidade de corresponder à altura. Eu particularmente, gostei bastante. Mas entendo que o espectador médio que não tem conhecimento algum de nada tratado ali (e não tem que ter mesmo), não pense da mesma forma.

                                                                                                                                  Nota: 7,8 


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Comentários

  1. Eu esperava mais. Na verdade, a culpa foi minha. Criei muita expectativa. Mas vale assistir pela história de amor dos Warren.

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    Respostas
    1. ô Bru, só vi seu comentário agora!

      Muita gente pensou o mesmo. Normalmente eu faço parte da minoria que não adora as produções, nesse caso, foi o contrário, gostei mais do que a maioria.

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