#PrimeirasImpressões: Big Shot e Mighty Ducks: Game Changers.

Todo mundo que cresceu assistindo os filmes pra TV e as séries em live action do Disney Channel sabe que o canal tinha quase que uma obsessão com histórias inspiradoras usando um time de algum esporte em colégio/faculdade com alunos que precisavam aprender lições de vida com um treinador que necessitava delas ainda mais do que todos os alunos juntos. Essa mesma fórmula aparentemente acompanhou a migração do canal de TV a cabo para a plataforma de streaming Disney+. 



Big Shot (Treinador de Elite, no subtítulo em português), do mesmo criador de "Big Little Lies", David E. Kelly, é um fiel cumpridor de tal tradição. A série acompanha Marvyn, interpretado por John Stamos, um treinador de basquete universitário que, após um surto, é demitido e levado a treinar um time colegial de garotas. Ressentido, carrancudo e, à princípio (aparentemente) sem um pingo de empatia pelas jogadoras, ele chega causando mal estar e confrontando tanto o time quanto seus superiores. Mas, aos poucos, durante os 45 minutos do primeiro episódio, vai demonstrando que está, na verdade, mais perdido e assustado do que as adolescentes que está treinando. Para um episódio piloto, as apresentações foram bem executadas, sem demoras excessivas ou aprofundamentos despropositados, afinal, ainda teremos mais nove sextas-feiras pela frente para conhecer mais de Marvyn, Holly (sua assistente, interpretada por Yvette Nicole Brown), as meninas e demais personagens. Embora tenha alguns pontos de comédia, a série é mais voltada para o drama. Em algumas cenas o tom, mesmo que de forma muito sutil, chega a ficar pesado. Porém, se os próximos episódios forem bem feitos assim, pode ser benéfico para uma parte dos espectadores do rato guloso, tão acostumados a pirotecnia dos efeitos especiais e ao humor by MCU saírem, nem que seja um pouco, de sua zona de conforto. Todos precisamos continuar evoluindo e crescendo, como Marvyn e suas alunas já estão percebendo. E (provavelmente) será um prazer acompanhar esse crescimento e evolução. 



Ah, as mães de subúrbio norte-americano. O que seriam das séries familiares sem as mães de subúrbio norte-americano? Atarefadas, passivo-agressivas, hipócritas e quase sempre profundamente infelizes, essas personagens, quando bem trabalhadas, garantem boas histórias. Porém, na verdade, não é somente esse o centro em Mighty Ducks: Game Changers. Inspirada na trilogia da década de 90, a série conta a aventura de Evan Morrow e sua mãe Alex(Lauren Graham), que após ter o filho expulso do poderoso time, decide criar sua própria equipe de hóquei. O problema? Bem, além de ser super protetora, não entender bulhufas do esporte, ela, ao contrário das "mães de atleta padrão", acredita que as crianças tem que se divertir e construírem amizades saudáveis ao praticarem hóquei, o que a leva, num primeiro momento, a fazer tudo, menos treinar os garotos e garotas(sim, é um time misto). Mas, então, um muito reticente e amargurado treinador Gordon Bombay (Emilio Estevez) entra no caminho do time, pra ensinar Alex não só a treinar o time do filho, mas também a confiar em si mesma um pouco mais. 

Assim como Big Shot, o enredo não sai do que é esperado de uma produção Disney em live action contendo esportes. A diferença é que aqui, como se trata de uma série infantil, não há nem sombra de conflitos mais pesados, nem da forma extremamente sutil como na obra mencionada anteriormente. Tudo aqui é muito leve, desde o bullying(cometido e sofrido tanto por adultos como crianças), até os flertes. Por falar nisso, Lumena autorizou shippar o treinador com Alex. E, se, por acaso, Bombay te lembrar de outro carrancudo amável *cof cof,  Luke Dane, cof cof¨* não é culpa sua. Muitas coisas na série lembram Gilmore Girls. Por vezes, fiquei esperando aparecer o Kirk ou a Emily em algum canto. E, um ponto contra, é que, apesar de muito carismática, infelizmente a "Lorelai" desse universo não tem a mesma perspicácia pra tiradas incríveis e ácidas como a de Stars Hollow. 
No entanto, o saldo, até agora, (ou seja, na metade, pois a temporada terá dez episódios, e sexta saiu o quinto) é positivo. As crianças são talentosas, seus personagens não são cansativos, e fazem o que lhes é pedido, nem mais, nem menos. 
Em tempo: A cena de Koob (Luke Islam) cantando "I dreamed a dream" do musical Os Miseráveis para a mãe de Nick a fim de distraí-la enquanto ele e Evan pegavam seu celular, que tinha sido confiscado, foi espetacular. Souberam usar a voz potente do ex participante do reality show America's Got Talent muito bem. Não ficou forçado, a "travessura" das crianças me rendeu uma risada e, Koob ainda (finalmente) entendeu que não necessariamente ele precisa estar com uma tela na cara pra se divertir.

Recomendada a quem quer uma série familiar, simples, bem-humorada, e claro, aos fãs de Lauren Graham.


sem notas definidas, já que as temporadas ainda não foram concluídas


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